domingo, 24 de junho de 2012

Gondwana

Para entender a geologia e a geomorfologia de Búzios e Arraial do Cabo, é preciso conhecer a teoria da Deriva Continental provada por Alfred Wegener em 1912.
Depois de estudar fósseis e rochas encontrados em diversas partes do mundo, Wegener concluiu que,  a bilhões de anos atrás, a Terra era formada por um enorme continente: a Pangeia. Esta, dividida em sete placas tectônicas principais que flutuavam no manto. Com o passar do tempo e dos movimentos tectônicos, esse supercontinente se dividiu em placas menores.Uma dessas placas era a Gondwana, que era formada pelas zonas do Hemisfério Sul, incluindo a Antártida, América do Sul, África, Madagáscar, Seicheles, Índia, Austrália, Nova Guiné, Nova Zelândia, e Nova Caledónia.
Pangéia -  http://blogue.cruzeirosonline.com/2011/09/o-nascimento-dos-itinerarios-dos.html

Fósseis - Teoria da Deriva Continental - http://scienceblogs.com.br/100nexos/2007/09/sensacional-a-terra-dobrou-de-tamanho/



O Himalaia Brasileiro


        O Himalaia Brasileiro foi uma formação rochosa assim chamada por suas características semelhantes à Cordilheira do Himalaia, que abrange cinco países no continente asiático. Seu surgimento se deu a partir da colisão dos blocos continentais da América do Sul e da África.            
    A união desses blocos continentais resultou no continente denominado Gondwana, incluindo também partes da Índia, Austrália e Antártica. No período Cretáceo, especificamente há 130 milhões de anos atrás, Gondwana começou a fragmentar-se, dando origem ao Oceano Atlântico e separando os continentes sul-americano e africano.
      Vestígios que afirmam a existência do Gondwana podem ser encontrados nos costões rochosos localizados na Ponta da Lagoinha, Ponta do Marisco, e Geribá. A Armação de Búzios se estabelece sob rochas metamórficas e minerais que se formaram no período Cambriano, em torno de 525 e 490 milhões de anos atrás, e evidenciam a formação do então conhecido como Himalaia Brasileiro, o qual encontra-se fragmentado na região litorânea de Búzios.
por Aline Gabrielly

Geologia e Geomorfologia em Arraial do Cabo

         Em Arraial do Cabo, a maioria das rochas são ígneas do tipo alcalinas, que são aquelas formadas pelo resfriamento do magma no interior do planeta.    
        A faixa etária destas rochas se diferenciam entre 93 e 52 milhões de anos. Essa ilha é o último ponto no continente onde podemos observar este tipo de rocha. É também o mais jovem, com aproximadamente 52 milhões de anos.  
   Os gnaisses (rochas metamórficas) que são encontrados na Região dos Lagos representam as mais antigas rochas do  Estado. Possuem aproximadamente 2 bilhões de anos, e são achadas em uma pequena região da ilha.
       Os diques, que são corpos de rochas ígneas com aspecto tabular e divisas bem determinadas (semelhantes a uma tábua), são muito presentes em Arraial do Cabo. Os diques são chamados de rochas intrusivas e funcionam como canais para o magma atingir à superfície.
        A geomorfologia estuda as distintas formas de relevo de uma região, separando-a em grupos com mesmas características - os compartimentos geomorfológicos. Arraial do Cabo pode ser dividido em dois compartimentos. O primeiro, no seu lado norte, é formado por vários picos com altitude média de 340 m. O segundo, no lado sudoeste tem altitudes menores, onde ficam as praias e um vasto prolongamento de dunas.
        Existem fendas nas rochas que foram formadas por ações erosivas como desgaste de rochas por ação do mar, do vento e da chuva. Após algum tempo, a rocha erodida dará origem a um novo canal.


Praia de Geribá - Búzios


     Há muito tempo atrás, com a colisão de placas tectônicas que deu origem ao antigo continente de Gondwana, surgiu um enrugamento montanhoso entre as áreas que hoje limitam a praia de Geribá e a África.
       Tempos depois, houve um movimento de separação de Gondwana, por conta das células de convecção, que dividiu a América do Sul e a África. Nessa separação, o magma subiu e formou um dique de basalto que é encontrado, hoje, em Jeribá e no litoral africano. A região onde houve a separação ficou em um nível abaixo no nível do mar, o que fez acontecer um acumulo de água que depois de milhões de anos se tornou o oceano atlântico.

Separação continental -  http://espacociencias7.blogspot.com.br/2012/01/limites-entre-placas.html


Praia de Geribá - http://www.buziosturismo.com/por/buzios_praia_geriba.php

sábado, 23 de junho de 2012

Geologia e Geomorfologia de Búzios

        As rochas da atual cidade de Búzios compunham, há 520 milhões de anos (período Cambriano), uma enorme cadeia de montanhas semelhante ao Himalaia asiático de hoje. Ambas possuem semelhanças na formação e composição das suas rochas.
Isso ocorre, porque ambas as cadeias foram formadas por uma colisão entre blocos continentais no passado geológico.
        Além disso, há rochas em Búzios que registraram os episódios finais da formação do Gondwana. São constituídas por minerais que se recristalizaram sob pressões e temperaturas muito altas, condições típicas de um regime de colisão de massas continentais. Estas condições extremas transformaram as rochas vulcânicas e sedimentares, que antes formavam o antigo oceano Adamastor, em rochas metamórficas, como na Ponta da Lagoinha. Apesar de não serem muito abundantes em Búzios, essas rochas antigas existem em toda a Região dos Lagos.
        Na ponta da Lagoinha, as rochas conhecidas como meta-ígneas são constituídas por variados minerais, como zircão e a monazita que demonstram idades exatas, além de foliação devido à sua formação.

Ponta da Lagoinha - por Juliana Giazzon

As rochas mais abundantes em búzios retratam um evento geológico mais recente: abertura do oceano Atlântico e separação do Brasil e África, depois de 400 milhões de anos da formação do Gondwana. Quando as placas do Brasil e África divergiram-se ocorreu uma falha por qual o magma penetrou. Esse magma formou os diques de basalto.

O basalto é uma rocha ígnea vulcânica, cristalizada a partir de um magma na superfície ou próximo à superfície da Terra. Como resfria rapidamente, seus minerais não crescem muito, sendo difícil observá-los a olho nu. Considerando que estes diques são mais novos do que as rochas metamórficas (pois cortam as mesmas) e que sua composição mineralógica é mais rica em ferro e magnésio, é muito provável que eles sejam manifestações vulcânicas da fase inicial de abertura do oceano Atlântico.

A cidade de Búzios tem grande importância para os estudos geológicos e geomorfológicos mundiais porque possui formações rochosas que provam a Deriva Continental, como o Dique de basalto na Ponta do Marisco.  

Dique de Basalto na Ponta do Marisco

Diques de Basalto são faixas de rochas magmáticas que ficam bem expostas e geralmente, estão “encaixadas” em rochas metamórficas. São facilmente identificadas, pois seus limites são bem definidos. Os diques são rochas cristalinas, que se formaram quando o supercontinente Gondwana começou a se separar e se fragmentar, fazendo com que o magma subisse para a crosta e se solidificasse, formando a crosta basal do Oceano Atlântico.
  Em Búzios, o dique de basalto da Ponta do Marisco é de grande importância para os estudos geológicos e é uma prova da teoria da Deriva Continetal. Ele é a principal evidência de que um dia o litoral brasileiro já esteve junto ao litoral africano.
  

Ressurgência em Arraial do Cabo

A ressurgência é um fenômeno físico que ocorre em raros locais do oceano onde as águas mais profundas e, usualmente com temperaturas mais baixas, surgem na superfície, levando nutrientes que estavam depositados no fundo do mar para cima. A ressurgência modifica o ambiente e favorece a alta produtividade de peixes, uma vez que esses nutrientes são usados pelas microalgas que compõem a base da cadeia alimentar, e consequentemente ao aumento da pesca, transformando essa região num dos maiores polos pesqueiros de Estado do Rio de Janeiro.
Em Arraial do Cabo, este fenômeno acontece devido à ação dos ventos leste/nordeste, que resultam no afastamento das águas da Corrente do Brasil que vêm pela costa nordestina rumo ao sul. No momento em que essas elas se afastam da costa, ocorre uma emersão de águas mais frias da Corrente Malvina em direção oposta a Corrente do Brasil.
http://professoralexeinowatzki.webnode.com.br/hidrologia